sábado, 14 de janeiro de 2017

retorno a cabana de M.

Quanto sentido há em quase 4 anos de silêncio? até ano passado ou até ontem nenhum, hoje tudo, hoje retornei.

{não tenha medo de ficar sozinha, lá você é você, e perguntar: _ o que você deseja?}

{é você quem escolhe seus deveres.}

o ali que não é mais aqui:
. tanta preocupação em ser feminina (bela, recatada e do lar)
. tanta delicadeza ofensiva (ou as ditaduras escondidas dentro dos padrões ditados pelo bom senso ou idealização)
. tanta delicada falsidade
. tanto amor ou tanto ódio pela primeira impressão que qualquer um causasse
. tanta intolerância
. tanto humor para esconder falta de conteúdo
. tantas promessas vazias
. tanto migué
. tanto lúdico búrrico (já havia dito um querido)
. tanto discurso para pouquíssimo fazer, ou nenhum

. etc.

{feminino é um conceito em plena expansão que não será enquadrado, mesmo que tentem, mesmo se algumas mulheres por si mesmo se enquadrarem.}

terça-feira, 30 de abril de 2013

Viagem ao tempo D

Discrepância temporal que me separa de um peso; ela não se deixa enganar, ela tem cor, cheiro, gosto e expressão de arrependimento alheio que estava na sombra das costas. E arrependimento alheio não se cura no tribunal.

Dizem que só dói quando é na nossa costa, mas as coisas alheias também doem, porque são nossas.

17:56 de 30 de Abril de 2013... 17:56 de 30 de Maio de 2013... 17:56 de 30 de Junho de 2013... 17:56 de 30 de Julho de 2013... acabaram-se os 17:56 de 30 que consigo prevêr e desejar.

https://vimeo.com/7421131





 

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

referência

Pego no pulo do gato, a consciência do tempo que não para em ponto de ônibus, mas em ponto de vento ao mar. Ela é imensa... imensa, eterna, infinita... assim como não dá para saber quanto tempo mora em uma luz que brilha no ombro, quanto traspassado é um pedaço do passado, quanto presente se espera no agora, ou quanta inexistência há contida nas liberdades do futuro... mas principalmente transparente - como um colo. Um colo envolvido em uma manta, uma manta de corpo, um corpo de colo que se vê, sente, cheira e escuta mas que desconhece sua origem. O colo pode ser matéria de memória, de caramujo, sonho e devaneio, até se esbarrar com algum indíce que o signifique, uma mentira ou com uma invenção. Só então ele é um pedido a alguém.

"_ÔOôô... (...)" Preciso descobrir que tipo é, de onde veio, como chegou e porque ficou...



domingo, 29 de julho de 2012

Declaração de independência

...e então já não sei se sou apenas um observador, o soldado ou a pessoa que abre a porta e entra. Ela anuncia como se o que disse confirmasse uma verdade obvia que já existia: As técnicas antigas são importantes e podem e devem ser aprendidas, mas elas não ajudarão a resolver as questões de agora, as respostas de hoje ainda devem ser inventadas. E então o grande arco cai.


quinta-feira, 19 de julho de 2012

manifesto

1. férias são uma ilusão.


2. 1L de água, 1/2 kabocha picado e descascado, 1 cebola grande cortada em 4, 3 dentes de alho inteiros descascados, 1 pedaço pequeno do tamanho do meu dedão de gengibre descascado.


3. não pense.


4. pense em poesia.


5. junte tudo em uma panela e deixe cozinhando por 30 min com tampa.


7. esfrie.


8. bata no liquidificador.


9. volte na panela e deixe até começar a ferver. esta pronto para ser servido com cebolinha picadinha (pode ser add no 2ndo cozimento).


10. WE BELIEVE that clouds are unjustly maligned and that life would be immeasurably poorer without them. We think that they are Nature’s poetry, and the most egalitarian of her displays, since everyone can have a fantastic view of them. We pledge to fight ‘blue-sky thinking’ wherever we find it. Life would be dull if we had to look up at cloudless monotony day after day. We seek to remind people that clouds are expressions of the atmosphere’s moods, and can be read like those of a person’s countenance. Clouds are so commonplace that their beauty is often overlooked. They are for dreamers and their contemplation benefits the soul. Indeed, all who consider the shapes they see in them will save on psychoanalysis bills. And so we say to all who’ll listen:

"Look up, marvel at the ephemeral beauty, and live life with your head in the clouds!"

(photo by Lia Nahomi Kajiki)

segunda-feira, 14 de maio de 2012

EXTRA! EXTRA!

Nada para, tudo acontece. Agora!

Na concretude: a sopa verde com pão duro ou caldinho verde com torradas... não importa a forma, ela esquenta mes-mo! Atordoa a Ana que mora dentro de mim.

O mesmo balcão, o o mesmo galpão, o o a mesma parede branca. Como é ser pessoal, sem ser literal, não sendo frio? Assumir a parcialidade ou morrer tentando atingir as margens intocáveis da imparcialidade?

Da primeira vez 27, hoje 29, mesmo faltando 2. É gente, acontece. Do mesmo negativo, da mesma comunista, ainda assim há surpresas!

Agora que WinTim esta do meu lado, com sua cabeleira rebelde cor de anil, todas as surpresas serão testemunhadas! BANG! BANG! Em-fim.

terça-feira, 1 de maio de 2012

trabalhar...

"(...)


O amor é quando estou em estado de amar, de estar satisfeito e de sofrer e de esperar tudo o que vem do outro: a maneira como viaja, sua ausência, sua chegada, sua presença, o calor de seu corpo, minhas conversas com ele, os gostos compartilhados. Pouco a pouco, a totalidade do que o outro é torna-se um componente de minha própria existência. Isso é muito mais radical que a vaga ideia de preocupar-me com o outro. É o outro com a totalidade infinita que representa e com o qual me relaciono em um movimento subjetivo extraordinariamente profundo.


(...)


Se não aceito a generosidade, tampouco aceito o amor. Há uma generosidade amorosa que é inevitável. Sou obrigado a ir na direção do outro para que a aceitação do outro em sua totalidade possa funcionar. Essa é uma excelente escola para romper com o mundo tal como é.


(...)


Hoje, o mais importante é a fidelidade: em um ponto, ainda que seja em apenas um, é preciso não ceder. E para não ceder devemos ser fieis ao que ocorreu, ao acontecimento. No amor, é preciso ser fiel ao encontro com o outro porque vamos criar um mundo a partir desse encontro.


(...)


É preciso lutar para conservar o excepcional que ocorre em nossas vidas. Depois veremos. Dessa forma salvaremos a ideia e saberemos o que é exatamente a felicidade. Não sou um asceta, não sou a favor do sacrifício. Estou convencido de que se conseguimos organizar uma reunião com trabalhadores e colocamos em marcha uma dinâmica, se conseguimos superar uma dificuldade no amor e nos reencontramos com a pessoa que amamos, se fazemos uma descoberta científica, então começamos a compreender o que é a felicidade. A felicidade é uma ideia fundamental. A construção amorosa é a aceitação conjunta de um sistema de riscos e de invenções.


(...)"


(Alain Badiou)


http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19553